Recarregando; Águas.
Terceiro Encontro: In-Corpóreo (o pensamento atuado nos corpos)
O caminho que estávamos desenhando e redesenhando em relação as perspectivas quanto ao espaço-escola se bifurcava na medida em que os movimentos de investigação crítica dilatavam-se. Bifurcava porque dentro das situações que emergiam apreciam outras, muito relevantes. A saber, o mote-crise da escassez de água no ambiente escolar provocava o desejo de questionar outros problemas nesse ambiente. Como a merenda com pouca diversidade nutricional. A proximidade do banheiro com a cantina. O sucateamento de mesas e cadeiras escolares amontoadas no pátio. A memória duma antiga horta-jardim que já não estava lá e sobretudo as relacionalidades daqueles e daquelas que estão diariamente ali (a necessidade de entre-vistas trouxe este quadro relacional forte). Começou a ficar tangível o contorno duma relação reflexiva dos educandxs com o cotidiano na instituição e seus espaços. Os percursos escolhidos e percorridos no movimento jornalístico mostravam e desvelavam essa interação, agora, registrada e narrada em audiovisualidades. A roda que abrimos para pensar sobre e pensar com se debruçou mais detidamente sobre esse encontro com o outro através da percepção dos problemas com e nos espaços. De qual a melhor maneira acessar as diferenças. De como fazer as escutas das mesmas. O que significa gravar e registrar narrativas sobre a escola. E o que fazer com elas pensando em arte-tecnologia e performance?
Nosso terceiro encontro encontrou o corpo e as corporeidades como lugar atuante. Do como o corpo poderia atuar performativamente as narrativas compartilhadas pelo processo de jornalismo investigativo. O próprio processo - se evidenciava - como performance em relação as referência de reportagem. Quanto a atuação do corpo, da voz e da imagem num modo tele-jornal. Precisávamos estar muito atentxs a isso tão quanto estávamos atentxs aos problemas investigados pelas equipes. Os modos que cada um performava este momento diante da câmera e da situação disparada diz muito sobre os regimes de corporeidades dentro e fora da escola (nas mídias). Sentindo e pensando isso nos propusemos a trazer para o corpo-atuante-performático o território de pensamento. Tínhamos perambulado pela cena-acontecimento margeando os imaginários e sentidos com objetos e traquitanas elétricas. Experimentando acoplagens possíveis entre o orgânico o tecnológico e o imaginário. Fora evidentemente um percurso construído entre-olhares e vozes que nos trouxe aos espaços do cotidiano da escola numa perspectiva reflexiva. Aos problemas que afetavam diretamente o corpo e o sensível mas que pediam elaborações também sensíveis. Aí que a arte da performance aparece como instrumento de elaboração perceptiva e in-corporação crítica do mundo.
No espaço da biblioteca começamos a abordar (ir a bordo) os sentidos do performativo no limite imediato do que nos performa (pré-forma) na escola. Seus elementos sígnicos. Seus regimes de movimentos, de sons e de desejo. Colocar um estranhamento no comum, no naturalizado em nós. Um estranhamento que dê abertura para reelaboração, Reelaboração, no caso, das situações percebidas no processo da investigação do exercício anterior. Começamos com caminhadas pelo espaço - preenchendo os vazios - numa variação de temporalidades. Aumentando e afinando a compreensão dos ritmos entre-Nós. Essa afinação visava trazer as sensibilidades pra primeiro plano. Dar um tempo no império da imagem-pensamento e com isso reelaborar os acontecimentos nos gestos e interações. Em particular o acontecimento-crise da escassez de água.
Com garrafas, de início vazias, de água. Pactuamos em construir um entrelaçamento que nos sugerisse a expressão de uma comunidade em relação a água. Construir com o corpos-no-espaço e não com a palavra. Organizar os corpos de tal modo que haja uma interdependência cujo o vetor forte seria a água. Qualidade de teia que conectada transmitisse não dados mas água de um membro a outro membro da comunidade que sem água pereceria. O cuidado com a garrafa cheia ou quase, ou quase vazia que chega na mão de cada um sabendo da necessidade dos que ainda faltam. Tentativa de uma compreensão física da interindependência uns dos outros. Pensar comunidade como vitalidade pareceu um bom caminho. Também um bom caminho o exercício que implicava no cuidado com a vitalidade dos outros mais distantes. Distantes no encadeamento de pessoas. Da primeira que receberia a garrafa com água até a última no mais distante do povoado.
A baixo seguem alguns vídeos e fotos do momento. No próximo post vamos ampliar o que percebemos coletivamente:
Fotos:
Vídeos:
O caminho que estávamos desenhando e redesenhando em relação as perspectivas quanto ao espaço-escola se bifurcava na medida em que os movimentos de investigação crítica dilatavam-se. Bifurcava porque dentro das situações que emergiam apreciam outras, muito relevantes. A saber, o mote-crise da escassez de água no ambiente escolar provocava o desejo de questionar outros problemas nesse ambiente. Como a merenda com pouca diversidade nutricional. A proximidade do banheiro com a cantina. O sucateamento de mesas e cadeiras escolares amontoadas no pátio. A memória duma antiga horta-jardim que já não estava lá e sobretudo as relacionalidades daqueles e daquelas que estão diariamente ali (a necessidade de entre-vistas trouxe este quadro relacional forte). Começou a ficar tangível o contorno duma relação reflexiva dos educandxs com o cotidiano na instituição e seus espaços. Os percursos escolhidos e percorridos no movimento jornalístico mostravam e desvelavam essa interação, agora, registrada e narrada em audiovisualidades. A roda que abrimos para pensar sobre e pensar com se debruçou mais detidamente sobre esse encontro com o outro através da percepção dos problemas com e nos espaços. De qual a melhor maneira acessar as diferenças. De como fazer as escutas das mesmas. O que significa gravar e registrar narrativas sobre a escola. E o que fazer com elas pensando em arte-tecnologia e performance?
Nosso terceiro encontro encontrou o corpo e as corporeidades como lugar atuante. Do como o corpo poderia atuar performativamente as narrativas compartilhadas pelo processo de jornalismo investigativo. O próprio processo - se evidenciava - como performance em relação as referência de reportagem. Quanto a atuação do corpo, da voz e da imagem num modo tele-jornal. Precisávamos estar muito atentxs a isso tão quanto estávamos atentxs aos problemas investigados pelas equipes. Os modos que cada um performava este momento diante da câmera e da situação disparada diz muito sobre os regimes de corporeidades dentro e fora da escola (nas mídias). Sentindo e pensando isso nos propusemos a trazer para o corpo-atuante-performático o território de pensamento. Tínhamos perambulado pela cena-acontecimento margeando os imaginários e sentidos com objetos e traquitanas elétricas. Experimentando acoplagens possíveis entre o orgânico o tecnológico e o imaginário. Fora evidentemente um percurso construído entre-olhares e vozes que nos trouxe aos espaços do cotidiano da escola numa perspectiva reflexiva. Aos problemas que afetavam diretamente o corpo e o sensível mas que pediam elaborações também sensíveis. Aí que a arte da performance aparece como instrumento de elaboração perceptiva e in-corporação crítica do mundo.
No espaço da biblioteca começamos a abordar (ir a bordo) os sentidos do performativo no limite imediato do que nos performa (pré-forma) na escola. Seus elementos sígnicos. Seus regimes de movimentos, de sons e de desejo. Colocar um estranhamento no comum, no naturalizado em nós. Um estranhamento que dê abertura para reelaboração, Reelaboração, no caso, das situações percebidas no processo da investigação do exercício anterior. Começamos com caminhadas pelo espaço - preenchendo os vazios - numa variação de temporalidades. Aumentando e afinando a compreensão dos ritmos entre-Nós. Essa afinação visava trazer as sensibilidades pra primeiro plano. Dar um tempo no império da imagem-pensamento e com isso reelaborar os acontecimentos nos gestos e interações. Em particular o acontecimento-crise da escassez de água.
Com garrafas, de início vazias, de água. Pactuamos em construir um entrelaçamento que nos sugerisse a expressão de uma comunidade em relação a água. Construir com o corpos-no-espaço e não com a palavra. Organizar os corpos de tal modo que haja uma interdependência cujo o vetor forte seria a água. Qualidade de teia que conectada transmitisse não dados mas água de um membro a outro membro da comunidade que sem água pereceria. O cuidado com a garrafa cheia ou quase, ou quase vazia que chega na mão de cada um sabendo da necessidade dos que ainda faltam. Tentativa de uma compreensão física da interindependência uns dos outros. Pensar comunidade como vitalidade pareceu um bom caminho. Também um bom caminho o exercício que implicava no cuidado com a vitalidade dos outros mais distantes. Distantes no encadeamento de pessoas. Da primeira que receberia a garrafa com água até a última no mais distante do povoado.
A baixo seguem alguns vídeos e fotos do momento. No próximo post vamos ampliar o que percebemos coletivamente:
Fotos:
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